sexta-feira, 18 de junho de 2010

REDUNDÂNCIA DE SISTEMAS = SEGURANÇA x ECONOMIA x TECNOLOGIA

Não é preciso enfatizar como a segurança é levada a sério nesse ambiente. O Boeing 747 foi lançado por volta de 1970. Na época, era o maior jato comercial de passageiros, levando mais de 450 pessoas a bordo. A tecnologia disponível então limitava o tamanho do motor a uns 23.000 quilos de empuxo - O maior motor existente no mundo à época. Era preciso ter quatro desses motores para alcançar a potência necessária à decolagem.
Considerando-se a confiabilidade dos motores naquele tempo, esse nível de redundância foi considerado adequado para voos transatlânticos. O tempo e a tecnologia evoluíram e chegamos , por exemplo, ao triple seven
O Boeing 777 é hoje o maior jato bi-reator. Variantes do 777 com fuselagem um pouco mais comprida, e com envergadura maior, transportam um número equivalente de passageiros por distâncias semelhantes à de certas versões do 747. Algumas companhias aéreas estão substituindo os 747s por 777s. O motivo é o de sempre: economia.
Acima veja o comparativo do motor de um B-777 com um B-737.
A tecnologia de hoje permite construir motores de até 50.000 quilos de empuxo (A indústria aprendeu muito sobre metalurgia e confiabilidade nestes últimos 30 anos). Para enfocar os motores a jato, o diâmetro da nacelle do 777 é pouca coisa maior do que o diâmetro do corpo de um 737, um avião que leva fileiras de seis passageiros lado a lado! Dois motores modernos consomem menos combustível, são mais confiáveis e precisam de menos manutenção do que quatro motores mais antigos. Quando o 777 foi lançado, recebeu o certificado ETOPS (Extended Twin Engine Operations – operação estendida com dois motores), o que significa poder voar o avião até 3 horas consecutivas com um só motor, enquanto se dirige a um campo alternativo para pouso de emergência. Depois disso, o 777 já foi certificado para os mais longos vôos transatlânticos, além das exigências requeridas pelo ETOPS original.
O que é possível de se perceber, é que a segurança da atividade continua sendo o quesito principal de análise de toda operação aeronáutica. Entretanto, com o passar dos anos, com a evolução e crescimento do capitalismo, o quesito econômico tem alcançado importância praticamente igual ao da segurança, e isso só foi possível graças à tecnologia hoje alcançada.

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