terça-feira, 4 de maio de 2010

CORROSÃO EM AERONAVES - ALGO QUE DEVE SER LEVADO MUITO A SÉRIO.

A "prevenção e o controle de corrosão" em estruturas de aeronaves sempre foi a grande responsável pela maioria das horas de manutenção, incorrendo em altos custos para as empresas áreas. Fora o lado financeiro, há o lado técnico, onde as falhas podem aparecer em regiões de difícil acesso para serem inspecionadas, sendo necessário muitas vezes, o desmonte do avião para a procura de pontos de corrosão.
Em 1979, membros da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) fizeram um estudo preliminar dos custos gerados pela manutenção e prevenção da corrosão em aeronaves. Basicamente o custo direto por hora de voo ficou entre USD$ 5 e USD$ 12, e o percentual em relação ao custo direto de manutenção representou um total de 6% a 8%; sendo que o custo total anual ficou próximo a USD$ 100.000.000,00.

Figura 1 – Boeing 737-200, da Aloha Airlines, já no solo graças à bem-sucedida aterrissagem da aeronave após a explosiva descompressão que arrancou sua fuselagem superior em pleno voo.

Até 1988, não havia (ou era pequena) uma conscientização acerca da seriedade que deveria ser dado aos programas de manutenção, prevenção e controle da corrosão das estruturas das aeronaves. O "lado financeiro" tinha um lobby mais forte. Porém, em 1988, o incidente com uma aeronave da Aloha Linhas Aéreas, a 24000 pés de altitude, que teve parte de seu revestimento arrancado, devido à corrosão, causando a morte de uma comissária, foi o fato que marcou uma mudança mais séria no trato com a "corrosão" em aeronaves. A partir desse incidente determinou-se que os fabricantes de aeronaves desenvolvessem Programas de Controle e Prevenção de Corrosão (CPCP).
Os programas foram então desenvolvidos e junto com a sua implementação um intenso programa de treinamento foi utilizado para que a nova cultura fosse assimilada. Uma grande interação cliente/fabricante foi estimulada para que os resultados de inspeções pudessem ser convertidos em ações preventivas/corretivas e a corrosão se estabilizasse a níveis mínimos aceitáveis.
Portanto, a corrosão é algo que nem sempre foi levado a sério, mas hoje o é, e para mantermos tal seriedade, devemos sempre estar atentos para novas técnicas de controle para prevenirmos incidentes e prolongarmos a vida útil dos materiais utilizados na aviação.

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