sexta-feira, 14 de maio de 2010

ETOPS - Extended-Range Twin-Engine Operational Performance Standards

O ETOPS é um acrônimo para “Extended-Range Twin-Engine Operational Performance Standards”. ETOPS é uma regra da OACI (Organização da Aviação Civil Internacional) que permite a operação de aeronaves bi-motoras de transporte de passageiros a operar em rotas, que em alguns pontos, estão localizadas a mais de 60 minutos de um aeroporto de alternativa em caso de falha de um dos motores.
>> ao lado: mapa mundi (parcial) do ETOPS 90 (na cor azul mais clara)
Os regulamentos internacionais não permitem que aeronaves bi-motoras de transporte de passageiros operem a uma distancia equivalente a 60 minutos de voo em caso de falha de um dos motores. O ETOPS surgiu exatamente para estender esse tempo que a aeronave pode voar longe de uma alternativa. Permitindo assim aeronaves como o 737, 757, 767, 777, A300, A310, A320 e A330 operassem em rotas longas, especialmente sobre a água, desertos e áreas polares, e que antes estavam “fora dos limites” de operação das aeronaves bi-motoras.
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Historia:
Em 1953 a FAA (Federal Aviation Administration), reconhecendo as limitações e riscos dos motores a pistão, estabeleceu a regra dos “60 minutos” para aeronaves de 2 motores. Esta regra diz que a destes aviões não deve nunca estar sobre uma área que fique a mais de 60 minutos de um aeroporto adequado. Isso forçou a estas aeronaves a voar mais próximas dos supostos aeroportos de alternativas e em determinadas rotas estas aeronaves foram totalmente excluídas. Estas áreas em que as aeronaves bi-motoras não podem operar são chamadas de “Exclusion Zones” ou “Áreas de Exclusão”.
Com o surgimento das aeronaves a jato, ficou clara a maior confiabilidade destes motores, assim as aeronaves tri-motoras, como o 727, não foram afetadas pela “regra dos 60 minutos”, possibilitando assim o surgimento de aeronaves como o Lockheed-1011 e o DC-10. Porem as aeronaves a jato de 2 motores continuaram a estar limitadas a “regra dos 60 minutos”.
Após anos de desenvolvimento em tecnologia, e com o aumento cada vez maior na confiabilidade dos motores, fizeram com que a FAA e a ICAO certificassem que era seguro operar aeronaves de 2 motores em determinadas rotas. Então, foram designadas as primeiras regras do ETOPS em 1985. A primeira operadora a utilizar o ETOPS foi a TWA em seu Boeing 767 na rota St. Louis – Frankfurt. Inicialmente ela possuía um certificado ETOPS de 90 minutos, porém ele foi logo estendido a 120 minutos após avaliação dos procedimentos operacionais por parte da FAA.
Em 1988 a FAA emendou o ETOPS para 180 minutos. Isso tornou disponível cerca de 95% do globo para a operação de aeronaves bi-motoras. Futuramente esta emenda foi adotada pela JAA (Joint Aviation Authorities), OACI e demais órgãos mundiais.
Esse novo certificado (ETOPS-180) foi obtido pelas aeronaves 757, 767, 777, A310, A320, A330, etc. E assim, por serem aeronaves econômicas, elas “mataram” as aeronaves tri-motoras, tanto que graças ao ETOPS a Boeing parou a produção dos MD-11 pouco depois da fusão com a McDonnell Douglas e diminuiu a produção das aeronaves 747.
E em 2001 depois de um pedido da Boeing e da United Airlines, a FAA deu uma extensão de 15% neste certificado do 777, criando assim o ETOPS-207 permitindo assim operações no Pacifico Norte. Porem a JAA alega que esta extensão de 15% pode comprometer a segurança, e não aprova aeronaves mais do que 180 minutos por considerar que estes 180 minutos já se tratam de uma extensão. Esta discussão permanece ate hoje.
Existem propostas da FAA (Boeing e ALPA – Air Line Pilots Association) para estender o ETOPS-180/207 para ETOPS-240 e possivelmente 330 para assim possibilitar operações no Pacifico Sul e na Antártida. As mudanças foram colocadas em discussão em 2004, porém a JAA e outros órgãos mundiais são contra esta nova extensão.
Aprovação ETOPS:
Para uma aeronave ser homologada para operações ETOPS são necessárias 2 etapas:
1 – A combinação de estrutura e motores deve obedecer aos requisitos básicos do ETOPS durante a certificação da aeronave, é o chamado “ETOPS Type Approval”. Um dos procedimentos é desligar um dos motores e voar ate o aeroporto de alternativa.
2 – A operadora da aeronave deve satisfazer os regulamentos de seu próprio país em relação a sua capacidade de conduzir voos ETOPS. Este procedimento recebo o nome de “ETOPS Operacional Approval”. Empresas com extensa experiência em voos de longo alcance podem conseguir esta aprovação rapidamente, outras, no entanto muitas vezes devem demonstrar em alguns vôos de teste a sua capacidade de operar voos ETOPS.

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