segunda-feira, 9 de novembro de 2009

PROJETO SAGITÁRIO...

Nos próximos dias o Comando da Aeronáutica divulgará a contratação de um novo sistema de controle do tráfego aéreo. Desenvolvido por uma empresa brasileira (Atech), o projeto batizado SAGITARIO (Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios deInteresse Operacional), que substituirá o X-4000, amplia a cobertura atual, especialmente sobre a Região Amazônica e adota equipamentos de última geração. Os detalhes estão sendo mantidos a sete chaves. A previsão é que a nova tecnologia tenha sua implantação iniciada a partir do final de 2009, estendendo-se até 2012, quando já deverá estar em uso em todos os principais centros de controle de tráfego aéreo do Brasil.
Desenvolvido com a participação dos próprios controladores, a nova interface levou cerca de dois anos para ser produzida, segue as recomendações da Eurocontrol (European Organisation for the Safety of Air Navigation). Entre as qualificações do SAGITARIO, estão: agilizar a execução das ações rotineiras para os controladores, aumentando assim a segurança do voo; realçar situações de conflitos ou riscos; flexibilizar a configuração de parâmetros de software; reduzir a carga de trabalho do controlador; entre outros.


“Com o novo software, o controlador poderá executar a mesma ordem de forma muito mais rápida e objetiva, isso possibilitará a otimização do tempo e auxiliará nas tomadas de decisões, já que questões operacionais e mecânicas serão resolvidas mais facilmente. O SAGITARIO dá maior rapidez e eficiência na implementação das melhorias requisitadas pelos próprios controladores”, comentou Juliana Barros Gonçalves, engenheira da Atech e responsável pelo desenvolvimento da interface.
Fonte: Atech


3 comentários:

Anônimo disse...

Conheço a fundo o sistema do controle do espaço aéreo Brasileiro, e digo que mesmo com o Sagitário que é a evolução do X4000 ainda teremos muito a fazer para termos um controle de grande eficácia no Brasil.
Digo dando um grande exemplo do Caso Gol X Legase, o verdadeiro culpado ainda não apareceu, e todos dizem que foi culpa dos Pilotos do Legase,Isso é pelo menos o que diz a empresa,Mas fica uma pergunta.Quem era a base do controle vôo?
Quem era o controlador e assistente controlador?
E porque o controle não visualizou na tela do X4000 as Pistas em rota de colisão Ar - Ar?
Por que toda Pista que entra em vigilância no radar sendo ela de onde for e mesmo estando com o Transponder desligado a torre de controle pode e deve visualizar as pistas em evolução

ATC Mundial disse...

Toda pista radar (primária ou secundária) tem ser "seguida" e registrada pelo SISTEMA.

Isto é a base do controle do trafego aéreo no mundo inteiro. Caso a altitude dum "alvo ou track" (o Mode C) desaparece, ou até todas as respostas secundárias dum vôo controlado, o sistema deve "continuar" a vigilância do alvo.

Sim, o X-4000 fez isto no dia 29/09/2006 com o jato Legacy N600XL após BRS e após a falha do transponder.

Lamentavelmente a altitude na tela radar não apresentou a "autorização" transmitida aos pilotos americanos = sob vigilância radar e mantenham FL 370. Todas as outras autorizações transmitidas ANTES são de feito "canceladas", como "Mantem FL 370" de Brasilia é uma re-autorização, segundo o padrão da OACI).

O X-4000 mostrou automaticamente a altitude "prevista" pelo trecho voado, más não foi transmitida ao vôo.

Assim os operadores não podiam detetar o conflito com o Boeing da Gol chegando no sentido oposto e no mesmo nível.....

Mais tarde, como 2 min antes da colisão, o STCA não disparou, como o X-4000 não pode dar alertas com um "track" sendo em primário (e sem altitude do transponder).

Falha grave.

Além disso a colisão aconteceu no "burraco radar" entre Brasilia e Manaus onde o STCA não tem como funcionar.

Outro FALHA importante.

Vamos ver o que o novo SAGITARIO, feito pela mesma empresa, a ATECH, possa fazer "melhor"?

Vamos torcer que os problemas e FALHAS vão se resolver.....................

SE DEUS QUISER........

ATC Brasil disse...

Caro Anônimo,

Você diz varias coisas bem interessantes - eu acho você diz coisas bem corretas. Por poder visualizar e seguir pistas na tela X-4000 você tem ter:

COBERTURA RADAR

Mesmo que o Comando da Aeronáutica negou isto veemente, não teve cobertura radar no lugar no Estado do Mato Grosso onde houve a colisão.
Ou melhor, os operadores em Brasília não tiveram esta cobertura, nem Manaus teve.
Também a cobertura radio não era garantida neste lugar.
E possível que outras salas de controle do Brasil tiveram cobertura? A Defesa Aérea?
Sim, possível, mas isto e irrelevante porque o que conta são os operadores em contato direto com os dois vôos acidentados.
Sabemos que em Manaus o radar de Sinop era cortado neste dia - não funcionou no momento da colisão (este fato não consta no relatório final).

Agora a sua segunda pergunta e mais sensível e difícil:
Porque os sistemas de alerta de colisão AR - AR, ou de alerta no "solo", o "STCA", não alertaram os controladores do trafego aéreo como 2 minutos antes?
Sabemos que o TCAS não podia dar alerta como o jato Legacy era "invisivel" ao TCAS do Boeing da Gol (o transponder era seja OFF ou em Stand-by).

Agora o STCA no CINDATCA I em Brasilia não disparou. Porque?
Porque o X-4000 mostrou datas erradas e incorretas.

Entre um avião mostrado na tela ao nível 360 e um outro ao nível 370, não pode ter (por definição) um conflito e um risco de colisão.
Eles são considerados como "separados".

Agora mostrar dados numa tela radar que refletem o estado "planejado" (antes do vôo), em vez de refletir a REALIDADE operacional e as autorizações efetivamente dadas aos pilotos, isto me sempre deixa de boca aberta e até revoltado. Isto é um concepção bem particular dum SISTEMA DE CONTROLE do trafego aéreo. Um unico deste jeito no mundo, não tem outro desta maneira que está refletindo plano de vôo, em vez de autorizações dadas (CLEARANCES).

Fazer um erro na concepção dum sistema é bem humano - aceito sem problema que isto pode acontecer.
E bem lamentável, mais a perfeição não existe - e nunca vai existir. Coisa do impossível chegar à 100% segurança.

Agora negar a evidência e continuar no erro - possivelmente pela aparência; isto é inaceitável e bem covarde.
Tantos mortos inocentes....
E bem mais cômodo e fácil culpar os pilotos e os pequenos operadores, em vez de assumir a responsabilidade e iniciar num processo vigoroso e determinado de correção dos problemas.

abraços
ATC Brasil