sábado, 8 de maio de 2010

Mulheres na aviação - Larguei o piano para ser mecânica de aeronaves

Quando eu tinha 6 anos meu pai me deu um pianinho de madeira. Quando escutava uma música, eu corria pra tirar de ouvido. Não deu outra: minhas aptidões se voltaram totalmente para a música.
Na infância e adolescência eu ralei muito no piano e, aos 16 anos, comecei a dar oficinas de teclado em congressos de música. Aos 18, tinha meus alunos. Aos 20, registrei as primeiras músicas na Biblioteca Nacional.
Todo mundo dizia que eu seria uma grande pianista. Eu não tive dúvidas quando deixei 3 mil candidatos pra trás e entrei na Escola de Música de Brasília.
Só parei pra pensar se era aquilo que eu queria quando sofri um acidente e fiquei sem andar por dois meses. Percebi que só estava seguindo planos que os outros haviam feito para mim. Decidi buscar a minha felicidade.
Voltei para Vitória, no Espírito Santo, onde morei na adolescência, e prestei vestibular para ciências da computação. Depois me mudei para Curitiba, no Paraná. Lá fiz uma turnê musical durante um ano e voltei para Brasília para prestar concurso público. Nesses quatro anos, conheci o Fábio, namoramos, noivamos e nos casamos no ano passado.
Um dia, conversando com um casal de amigos, Pedro e Célia, me deu um estalo! O Pedro é piloto da reserva da Força Aérea Brasileira e me interessei sobre o assunto. Quando cheguei em casa, fiz uma pesquisa na internet.
De cara, gostei da carreira de mecânico de aeronaves. Dias depois, fui com o Pedro a uma oficina. Durante a visita, senti pela primeira vez que havia encontrado o que eu queria fazer pelo resto da vida.
Encontrei a felicidade nos aviões
Meu marido comprou a idéia e eu entrei no curso que faço hoje. Apesar de ser a única mulher de uma sala de 20 homens, meus colegas me respeitam. Até fui eleita vice-representante da turma!
Tenho orgulho da profissão que escolhi e quero fazer parte do batalhão anônimo que trabalha duro para que o vôo não termine antes de chegar ao destino. Piano agora, só por diversão, para aliviar a tensão de um longo dia de trabalho na oficina.

Fonte: CEMAH

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